Mais de
714 mil aposentados e pensionistas já aderiram ao acordo que permite o
ressarcimento sem precisar recorrer à Justiça.
Aposentados
e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) começam a receber,
a partir de quinta-feira (24), valores descontados de forma irregular nos
últimos cinco anos. A devolução será feita automaticamente na conta onde o
beneficiário já recebe o pagamento mensal, desde que ele tenha aderido ao
acordo homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
“Caso você
ainda não tenha contestado os descontos indevidos, pode fazer isso até 14 de
novembro”, afirmou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas redes sociais,
reforçando o prazo para adesão.
A medida
faz parte de uma Medida Provisória publicada na semana passada, que libera R$
3,31 bilhões em crédito extraordinário para o ressarcimento. Segundo o governo,
os descontos foram realizados de forma irregular por entidades associativas
entre março de 2020 e março de 2025.
Como aderir - O
processo de adesão é simples, gratuito e pode ser feito de duas formas:
Pelo
aplicativo Meu INSS, no celular;
Presencialmente,
nas agências dos Correios de todo o país.
Não é
necessário apresentar documentos adicionais, nem acionar a Justiça.
“O
pagamento é automático, mas o aposentado precisa aderir ao acordo com o
governo”, explicou o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi. Ele também
ressaltou que o governo continuará investigando os responsáveis: “Não vamos
abrir mão de nenhum centavo nas ações para ressarcir o Tesouro Nacional”.
Quem tem direito - Têm direito ao ressarcimento os aposentados e
pensionistas que:
Contestaram
descontos indevidos entre março de 2020 e março de 2025;
Não obtiveram
resposta satisfatória da entidade responsável pelo desconto.
Se a
entidade apresentou justificativa, o beneficiário pode:
Concordar
e encerrar o processo;
Contestar,
por suspeita de falsidade ou erro;
Informar
que não reconhece a assinatura usada na filiação.
Caso haja
contestação, a entidade terá cinco dias úteis para devolver o valor. Se isso
não acontecer, o caso passará por auditoria. O beneficiário ainda poderá contar
com apoio jurídico por meio de uma parceria entre o INSS e as Defensorias Públicas
dos estados.
Conciliação entre instituições - O plano de devolução é resultado de um acordo firmado
entre o Governo Federal, INSS, Advocacia-Geral da União (AGU), Ministério
Público Federal (MPF), Defensoria Pública da União (DPU) e o Conselho Federal
da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). A conciliação foi homologada pelo STF,
garantindo respaldo jurídico à medida.
A
iniciativa busca reparar os prejuízos sofridos por aposentados e pensionistas
que tiveram seus benefícios reduzidos sem autorização, por meio de filiações
forçadas ou irregulares a entidades.