O Fluminense, do técnico Renato Gaúcho, irá
enfrentar o Chelsea nesta terça-feira (8/07), às 16 horas no MetLife Stadium,
em Nova Jersey.
O técnico Renato Gaúcho concedeu nesta
segunda-feira entrevista coletiva antes de o Fluminense encarar o Chelsea, pela
semifinal da Copa do Mundo. Além de afirmar que classificação à decisão pode
curar a ferida da Libertadores de 2008 com o clube, o comandante mais uma vez
fez um desabafo em relação aos resultados que tem alcançado como treinador.
— Foi uma infelicidade ter perdido aquela
Libertadores. Mas são coisas da vida. Na final, ou você ganha, ou você perde.
Fizemos tudo certo. Sempre que trabalho no clube trabalho o grupo para vencer.
Estou tendo mais essa oportunidade. Está sendo um privilégio estar à frente do
clube. A gente veio para fazer história. Precisamos acreditar. São adversários
poderosos. Mas sempre o pensamento é respeitar o adversário e decidir no campo
— disse o treinador, acrescentando.
— Não sei quando terei oportunidade de
estar na frente de um clube disputando uma Copa do Mundo. Para meu currículo é
sem palavras. Estou muito feliz com isso. A gente não veio para participar.
Viemos para vencer. Degrau a degrau. Estamos numa semifinal, muita gente não
acreditava. Feliz pela minha profissão, pelo meu grupo, e pela torcida. O grupo
tem que viver esse momento. E continuar fazendo história. A gente quer mais.
Nosso objetivo é fazermos a final — disse o comandante do Fluminense.
Renato também teve a oportunidade de
colocar em perspectiva sua carreira como treinador. Técnico com mais vitórias
em torneios mundiais no Brasil, o ex-jogador fez um desabafo sobre o seu
conhecimento, normalmente colocado em xeque pela imprensa.
— Não conquistei vários títulos como
treinador comprando os títulos, foi trabalhando. No Grêmio implementei três ou
quatro esquemas. Nessa Copa do Mundo mudei o esquema, deu certo, devido ao
trabalho. No momento que assisto aos jogos, preparo time na parte tática, e que
eles façam o que é pedido, tem dado certo, é algo memorável, um treinador que
enxerga o jogo. Muita gente gosta de criticar, falar de parte tática. Mas
quanto de vocês entendem de parte tática para criticar os treinadores? Será que
vocês entendem mais que um treinador de tática? Essa pergunta tem que fazer
também. Tem que dar opinião antes. Muito fácil ser engenheiro de obra pronta.
Muitos não entendem e querem criticar. Espero que os treinadores brasileiros
sejam mais valorizados. Estamos resgatando na Europa o respeito pelo futebol
brasileiro, pelos treinadores — completou.
O técnico não confirmou a escalação contra
o Chelsea. Mas afirmou que vai tentar neutralizar o forte ataque inglês,
sobretudo pela qualidade nos enfrentamentos individuais.
— Eles têm dois atacantes muito rápidos, um
meia que pensa muito rápido. Procurei analisar bem a equipe do Chelsea, para
que a gente possa neutralizar as jogadas. Gosto da posse de bola, vamos
respeitar, mas pode ter certeza que a gente vai jogar como tem feito. O esquema
tático vocês vão ver amanhã — afirmou Renato, que depois acrescentou: — É um
jogo de paciência, vamos tomar nossos cuidados. A posse de bola vai ser muito
importante. Vai ser um calor insuportável, muito desgaste. É um jogo de xadrez,
vai ser um jogo de poucas oportunidades e quem aproveitar melhor vai ser o
vencedor.
Com a responsabilidade de ser o único time
de fora da Europa brigando pelo título da Copa do Mundo, Renato Gaúcho
classificou que o Fluminense carioca como o “patinho feio” em relação ao
poderio econômico dos adversários.
— Vamos enfrentar equipes superiores,
jogadores diferenciados. A concentração foi fundamental para esse resultado.
Falo que somos o patinho feio em termos financeiros. Os grandes clubes podem
conquistar os grandes jogadores. Isso não credencie que não podemos chegar na
final e vencer. As atitudes do meu grupo, o foco no trabalho fizeram a gente
chegar até aqui. São jogadores acima da média. Não pode cochilar. Essa
concentração dos jogadores nas partidas tem sido fundamental.
No elenco, Renato tem à disposição os dois
jogadores mais velhos do torneio: o goleiro Fábio, de 44 anos, e o capitão
Thiago Silva, de 40. Ele falou sobre a relação com os atletas e a importância
deles para o grupo.
— Não sou um treinador que determina e não gosta de escutar. Sou um cara do diálogo, aprendo com os jogadores, dou liberdade, mas sempre com respeito. É sempre bom trocar ideias para o jogador se sentir valorizado. Venho trabalhando a parte psicológica do meu grupo. Thiago Silva e Fábio têm sido importantes. A gente procura falar com os atletas mais inexperientes, mas o grupo está bem preparado também na parte psicológica. Podemos enfrentar, sim, os grandes clubes europeus de igual para igual — finalizou.