Em entrevista exclusiva ao HOJE, CEO do
clube, Rogério Mancini, fala sobre preparativos para o Estadual e planos para o
futuro da equipe.
O Campeonato Goiano de 2026 terá uma cara
nova: o Centro Oeste, clube que viveu uma ascensão meteórica da terceira
divisão estadual até a elite. Vice-campeão da Divisão de Acesso, o clube foi o
primeiro do estado a adotar o modelo de gestão por SAF e chega à primeira
divisão com ambições.
Fundado em Senador Canedo em 2009, o Azulão
ficou inativo por um longo período, até que, em 2021, Dirceu Oliveira comprou o
time e o transformou em uma SAF, modelo de gestão que vem ganhando cada vez
mais espaço no futebol brasileiro. Em 2022, já com sede em Nerópolis, a equipe
iniciou sua trajetória no futebol profissional.
Em entrevista exclusiva ao HOJE, o CEO do
Centro Oeste, Rogério Mancini, falou sobre o início do projeto, a ascensão da
equipe até a primeira divisão estadual, os preparativos para a disputa inédita
do Goianão e os planos para o futuro do clube.
A escalada da equipe rumo à elite foi
rápida. Em 2022, ano de estreia no futebol profissional, a equipe disputou a
Terceira Divisão Goiana e, logo na primeira temporada, foi vice-campeã,
garantindo o acesso à Segundona. Nas duas temporadas seguintes, o clube bateu
na trave, mas, em 2025, o tão sonhado acesso finalmente chegou. Apesar da
rápida ascensão, em menos de quatro anos, Rogério revela que esperava
conquistar o acesso antes. Ainda assim, valorizou a continuidade da estrutura
mantida nos últimos três anos e celebrou o resultado.
Ambição
nacional
- Já pensando no Goianão, o dirigente mantém os pés no chão. Para ele, a
principal ambição da equipe é se manter na elite estadual e buscar uma vaga na
Série D, garantindo assim um calendário nacional para a próxima temporada.
Ambicioso, Rogério demonstra a intenção de alçar voos mais altos no futuro:
“Nosso projeto foi montado pensando em alcançar as principais divisões do
futebol brasileiro.”
Ele também comentou sobre o planejamento do
elenco para 2026, destacando a capacidade do clube em captar atletas com bom
custo-benefício: “Pretendemos manter muito do que já fazemos. Claro que teremos
alguns atletas de maiores salários, mas acredito muito na nossa capacidade de
captação de atletas a custos menores.”
O clube tem contrato com o atacante Gustavo
Vintecinco, que ganhou destaque no cenário goiano defendendo o Goiânia no
Goianão de 2024. Atualmente emprestado à Ponte Preta, ele deve integrar o
elenco do Azulão na próxima temporada. Rogério elogiou o jogador, mas ressaltou
que tudo depende do mercado: “O Gustavo é um grande atleta. Acredito que
teremos ele no ano que vem, mas depende muito do mercado também, que pode abrir
para ele.”
Nerópolis
na elite
- O Centro Oeste será o primeiro representante da história da cidade de
Nerópolis na elite do Campeonato Goiano. Diante deste marco histórico, o clube
mandará seus jogos no Estádio Jaime Guerra, que, no entanto, precisará passar
por adequações para atender às exigências da FGF.
Mancini revelou que o local será reformado,
com melhorias no gramado, nas cabines de imprensa, nos vestiários e na
iluminação: “O estádio tem que receber uma reforma grande, e tenho certeza que
o prefeito (Dr. Luiz Alberto) vai fazê-la. Nerópolis precisa disso.”
Por ser um clube novo, conquistar
torcedores pode ser uma tarefa difícil, mas Rogério acredita que, com o tempo,
o povo de Nerópolis vai abraçar o projeto:
“Aos poucos, a nossa torcida vai
acreditando no time. Isso é um processo longo, mas duradouro. Só o tempo e os
resultados vão poder medir esse nosso esforço. Ter um estádio lotado de
famílias e torcedores que gostam mesmo do time que têm.”
SAF é
solução?
- Coincidentemente, os dois clubes que subiram para a elite são SAFs. Além do
Centro Oeste, a Anapolina, que adotou o modelo na última temporada, também
conquistou o acesso.
Questionado sobre se a SAF pode ser a
solução para os problemas financeiros dos clubes do interior goiano, Mancini
reforçou a diferença entre uma gestão responsável e os modelos tradicionais:
“Eu acho que qualquer gestão honesta é o
futuro do futebol. Precisamos acabar com quem não põe dinheiro e opina sobre o
dia a dia do clube ou sobre o futuro. Precisamos acabar também com os
presidentes de clubes que antecipam rendas, fazem contratos longos e depois
largam para as próximas gestões. Isso, pra mim, são os erros dos clubes que não
são SAFs. Geralmente, as SAFs são diferentes por terem um responsável e
planejamento de aportes anuais.”
Novo
cenário
- O dirigente também comentou a discussão entre clubes e a CBF sobre a criação
de uma possível Série E do Campeonato Brasileiro, além da redução de datas nos
Estaduais, medidas que poderiam beneficiar clubes emergentes como o Centro
Oeste:
“A Série E é uma chance boa para clubes sem calendário. A sustentabilidade do futebol vem de termos jogos. Sem isso, não temos nada. Se reduzir o Estadual, então que tenha outros campeonatos.”