Lula
afirmou que, ao pautar a derrubada do decreto do IOF, o presidente da Câmara,
deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), descumpriu um acordo fechado com o
Executivo, sobre medidas compensatórias.
O
presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, que os interesses de poderosos
grupos econômicos prevalecem no Congresso, em prejuízo da maioria absoluta da
população brasileira. Lula defendeu a decisão do governo de recorrer à Justiça
contra a derrubada, no Parlamento, do decreto que reajustou as alíquotas do
Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
‘Cada
macaco no seu galho’, diz Lula em recado a Hugo Motta. O presidente Lula não
poupou críticas ao presidente da Câmara, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB)
— Se eu
não entrar com um recurso no Poder Judiciário, se eu não for à Suprema Corte,
ou seja, eu não governo mais o país. Esse é o problema. Cada macaco no seu
galho. Ele (Congresso) legisla, e eu governo — disse em entrevista ao canal
conservador de Televisão TV Bahia, na capital soteropolitana.
Pressão - Ainda
segundo o líder petista, o governo não estaria “propondo aumento de imposto”.
— Nós
estamos fazendo um ajuste tributário nesse país para que os mais ricos paguem
um pouco para que a gente não precise cortar dinheiro da Educação e da Saúde.
Houve uma pressão das bets, das fintechs, eu não sei se houve pressão do
sistema financeiro. O dado concreto é que os interesses de poucos prevaleceram
dentro da Câmara e do Senado, o que eu acho um absurdo — acrescentou.
Lula
afirmou que, ao pautar a derrubada do decreto do IOF, o presidente da Câmara,
deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), descumpriu um acordo fechado com o
Executivo, sobre medidas compensatórias. A decisão foi anunciada por Motta
horas antes da votação, em mensagem deixada nas redes sociais, semana passada.
Na Justiça
- De acordo com o presidente Lula, essa decisão foi “absurda”; ainda assim, ele
afirma que não rompeu relações com o Congresso.
— O
presidente da República não rompe com o Congresso, o presidente da República
reconhece o papel que o Congresso tem. Eles têm os seus direitos, eu tenho os
meus direitos. Nem eu me meto no direito deles nem eles se metem no meu
direito. E, quando os dois não se entenderem, a Justiça resolve — pontuou.
O
presidente da República, disse Lula, “tem que governar o país e decreto é uma
coisa do presidente da República”.
— Você
pode ter um decreto legislativo quando você tem alguma coisa que fira muito a
Constituição, o que não é o caso. O governo brasileiro tem o direito de propor
IOF, sim — ponderou.
Na Bahia - Lula
esteve em Salvador, onde cumpriu agenda de celebração da Independência do
Brasil na Bahia, neste 2 de Julho. De lá, viajou no fim da tarde para Buenos
Aires, onde participou da Cúpula do Mercosul na quinta-feira. Na sequência, o
presidente voltou para o Rio de Janeiro na sexta-feira, para presidir a Cúpula
do BRICS.
— Vou
conversar com o Hugo (Motta), com o (presidente do Senado) Davi Alcolumbre e
vamos voltar à normalidade política nesse país — adiantou.
A Advocacia-Geral da União (AGU) protocolou ação declaratória de constitucionalidade junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), a pedido do presidente Lula e com base em estudo técnico e jurídico solicitado pela autarquia na semana passada. O relator do processo é o ministro Alexandre de Moraes.