A medida foi tomada como forma de
prevenção, após confirmação do primeiro caso da doença em matrizeiro de aves
comerciais no Rio Grande do Sul.
O Governo de Goiás, por meio da Agência
Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), publicou no sábado (17), o decreto
n° 10.693 de situação de emergência zoossanitária no estado de Goiás para
mitigação de risco da Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP).
De forma preventiva, a medida visa reforçar
as ações, já desenvolvidas em território goiano, de vigilância, prevenção e
pronta resposta diante do cenário nacional da doença, mesmo sem qualquer
registro da gripe aviária no Estado até o momento, seja em granjas comerciais
ou de subsistência, assim como em aves silvestres.
A decisão da Agrodefesa acompanha
diretrizes do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), que prorrogou por
180 dias, por meio da Portaria nº 784/2025, a vigência da emergência
zoossanitária nacional declarada em 2023.
O foco é ampliar o trabalho preventivo, já
que o próprio Mapa confirmou na última quinta-feira (15) a detecção do vírus da
influenza aviária em matrizeiro de aves comerciais no município de Montenegro,
no Rio Grande do Sul.
Em agosto de 2023, Goiás já havia publicado
o Decreto nº 10.297, que estabeleceu situação de emergência zoossanitária, de
forma preventiva, para mitigação do risco da gripe aviária no Estado. O decreto
estadual valeu por 180 dias, a partir da data da publicação, e foi prorrogado
por algumas vezes.
A publicação do novo decreto em Goiás, que
tem validade de 180 dias, busca alinhar o Estado às medidas já adotadas em
nível federal, garantindo agilidade na mobilização de recursos e na
implementação de ações imediatas em caso de eventual foco da doença no
território goiano.
O decreto permitirá o reforço da
coordenação entre instituições públicas e privadas, ampliando a eficácia das
medidas de biossegurança e controle sanitário. “Essa é uma medida estratégica e
necessária. Goiás tem um papel relevante na avicultura nacional e precisamos
proteger nossos plantéis e nossa economia com ações rápidas e coordenadas”,
destaca o presidente da Agrodefesa, José Ricardo Caixeta Ramos.
A avicultura é um dos pilares do
agronegócio goiano e brasileiro. Em 2024, o Brasil produziu cerca de 15 milhões
de toneladas de carne de frango, mantendo-se como o maior exportador mundial do
produto. Goiás ocupa a 4ª posição no ranking nacional de produção de aves, com
destaque para os polos de Itaberaí e Rio Verde — o 2º e o 6º maiores produtores
do Brasil, respectivamente. O setor emprega diretamente mais de 240 mil pessoas
no estado.
“Manter Goiás livre da influenza aviária é
essencial para garantir a segurança alimentar, a sanidade animal e a
continuidade dos mercados internacionais, que reconhecem a qualidade e a
sanidade da produção avícola brasileira. Com a decretação da situação de
emergência, o Estado poderá assegurar ações mais céleres, desde a vigilância
ativa até a contenção e erradicação de possíveis focos, caso surjam”, reforça o
presidente José Ricardo Caixeta Ramos.
Objetivos - Entre os
principais objetivos do decreto de emergência zoossanitária estão garantir
suporte técnico, logístico e financeiro para ações emergenciais, mitigar o
risco de entrada da doença nos plantéis comerciais, fortalecer a integração
institucional e o monitoramento contínuo, proteger a saúde humana e animal,
conforme os princípios da Saúde Única e manter a estabilidade econômica e
comercial do setor avícola goiano.
“A Agrodefesa reforça que a população,
produtores e demais elos da cadeia produtiva devem manter atenção redobrada às
medidas de biosseguridade e comunicar imediatamente qualquer ocorrência
suspeita de doença em aves por meio dos canais oficiais da Agência”, explica o
diretor de Defesa Agropecuária da Agrodefesa, Rafael Vieira.
Texto: Mel Castro
Foto: Agrodefesa